Ocupação na UnB ameaça pagamento de servidores e terceirizados
Em comunicado, universidade diz que tomará as providências cabíveis no sentido de responsabilizar o movimento pelos danos ao erário
Já dura 11 dias a ocupação dos estudantes na reitoria da Universidade de Brasília (UnB). Sem acordo com os manifestantes, o comando da instituição alerta que o movimento pode atrasar pagamentos a bolsistas, estagiários, servidores e terceirizados, feitos no primeiro dia útil de cada mês. Neste caso, a data cairá na quarta-feira da semana que vem, 2 de maio.
Um comunicado divulgado no site da UnB mostra que os estudantes não negociaram com a instituição até o meio-dia do dia 21 de abril, conforme proposto.
“A continuidade da ocupação para além desta data implica em prejuízos a bolsistas, estagiários, servidores e trabalhadores terceirizados e à própria universidade, ao impedir o cumprimento de pagamentos e demais procedimentos administrativos com prazos inadiáveis, definidos pelo governo federal” Trecho de nota da UnB
O comando da universidade diz ainda que as demandas apresentadas pelos manifestantes no momento da ocupação foram atendidas pela administração, como a realização de duas mesas públicas sobre a situação orçamentária da UnB.
“A partir deste momento, entendemos que a continuidade do diálogo deve ocorrer por vias democráticas e institucionais, garantidas as condições de pleno funcionamento da universidade”, destacou a Universidade de Brasília.
A instituição também informou que, caso as equipes de trabalho não tenham acesso à reitoria, “ficarão configuradas a intransigência e a falta de compromisso do movimento de ocupação com a universidade e sua comunidade acadêmica”.
“Os prejuízos serão amplamente divulgados e a administração superior tomará as providências cabíveis no sentido de responsabilizar o movimento pelos danos ao erário” Informe da UnB
Perspectiva de greve geral
No dia 19 de abril, os estudantes estiveram reunidos com o comando da UnB, servidores e terceirizados no auditório da Faculdade de Direito. Durante o encontro, os funcionários anunciaram assembleia nesta terça (24/4), às 9h30, na Praça Chico Mendes do Campus Darcy Ribeiro, na qual podem deflagrar greve geral.
A reitora da UnB, Márcia Abrahão, fez um discurso de união e evitou falar em greve. “Precisamos da tranquilidade de ter uma comunidade unida. Faço coro a esses discursos. Vamos trabalhar para aumentar a arrecadação, mas precisamos ser responsáveis e fazer a universidade superar este momento funcionando”, amenizou.
Demissões
Representante da Comissão de Terceirizados e Estudantes, Maria Lacerda pediu a suspensão das demissões de funcionários da limpeza. “Precisamos de gestão voltada para as pessoas. Queremos a universidade unida contra os cortes”, cobrou.
Já o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação da Universidade de Brasília (Sintfub) sinalizou greve geral da categoria a partir desta terça-feira (24/4). O desejo foi endossado por estudantes do movimento Ocupa UnB, que tem novo protesto marcado para a próxima quinta (26). O primeiro, ocorrido no dia 10, deixou um rastro de destruição no Ministério da Educação (MEC) e no prédio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Nas redes sociais, os manifestantes pedem doações de comida e materiais de limpeza, um sinal de que não pretendem deixar tão cedo a reitoria. O Metrópoles não conseguiu contato com os estudantes até a última atualização desta reportagem.
Reprodução
Fonte: Metrópoles
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles