Pacientes do DF podem ficar sem oxigênio por falta de pagamento
Empresa alertou GDF que se débito continuar, vai retirar equipamentos e suspender a entrega de gases medicinais
A virada do ano pode ser traumática para os pacientes da rede pública de Saúde do DF. A empresa Air Liquide, que fornece gases medicinais, entre eles oxigênio para os pacientes, pode suspender o fornecimento e retirar seus equipamentos dos hospitais e centros de saúde caso o Governo do Distrito Federal não quite os débitos atrasados e regularize os pagamentos.
A empresa está sem receber há mais de 90 dias e já informou que vai suspender o serviço a partir de 28 de dezembro se continuar sem receber. A empresa recebeu R$ 1,2 milhão de atrasados do governo, mas ainda tem uma fatura de R$ 771,2 mil para receber.
Segundo documento enviado pela Air Liquide em 10 de dezembro, ao qual o SindSaúde-DF teve acesso, a empresa pretende ir à Justiça caso o valor não seja pago e não tentará novas negociações.
Os atrasos nos pagamentos estão causando problemas e a empresa não tem conseguido “cumprir seus pagamentos junto aos seus fornecedores e prestadores de serviço para a manutenção do objeto dos contratos”, diz o ofício enviado que cita, por exemplo, o custo dos transportadores.
Gases medicinais
Além do oxigênio medicinal, utilizado na administração de medicamentos e no tratamento de doenças cardiorrespiratórias, também há o fornecimento de gases medicinais de ar sintético – utilizado como veículo para medicamentos administrados por meio de inalação – e óxido nitroso, normalmente utilizado como anestésico e analgésico.
“Este é o presente de Natal que esse governador incompetente está deixando para a população do DF: corte até no oxigênio dos pacientes. Um absurdo completo! Onde está o dinheiro que não está pagando os fornecedores previstos em contrato?”, questiona a presidente do SindSaúde-DF, Marli Rodrigues.
Não é a primeira vez que a mesma empresa reclama da falta de pagamento. Em maio a Air Liquide notificou a Secretaria de Saúde (SES) sobre dívida de R$738,6 mil referente a 2016. Air Liquide notificou a Secretaria de Saúde (SES) sobre dívida de R$738,6 mil referente a 2016.
Em outubro deste ano, mais uma vez, a empresa avisou o GDF que poderia suspender o fornecimento por débitos em atraso, desta vez no valor de mais de R$ 800 mil.
Fonte: SindSaúde DF
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