Paralisação de rodoviários deixa parte do DF sem ônibus
Cerca de 200 mil passageiros de Ceilândia, Brazlândia, Recanto das Emas e da Estrutural estão sem transporte na manhã desta segunda (27/8)
Cerca de 200 mil passageiros de Ceilândia, Brazlândia, Recanto das Emas e da Estrutural estão sem ônibus na manhã desta segunda (27/8). Motoristas e cobradores da Viação São José cruzaram os braços nas primeiras horas do dia e os coletivos não saíram da garagens.
O Metrópoles tenta contato com a empresa e com o Sindicato dos Rodoviários para saber o motivo da paralisação.
Há reflexos no trânsito e nas estações de metrô em Ceilândia, que ficaram lotadas com a ausência dos ônibus. Pelos menos 2.500 rodoviários aderiram ao movimento.
Data base
Os rodoviários do DF estão em negociação de reajuste anual. A categoria cobra reajuste salarial de 7%, aumento do tíquete-alimentação em 10% e quer que a remuneração de hora extra seja 100% superior à da hora normal. A pauta de reivindicações está em negociação e será intermediada pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF).
O órgão faz o “meio de campo” das discussões entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestres de Passageiros Urbanos, Interestaduais, Especiais, Escolares, Turismo e Transportes de Cargas do Distrito Federal (Sittrater-DF), as companhias de transporte urbano e a Associação das Empresas Concessionárias do Transporte Público do DF (Transit), que representa parte desses negócios.
A primeira audiência foi conduzida pelo procurador Carlos Eduardo Carvalho Brisolla. Na oportunidade, a Transit apresentou as contrapropostas à pauta de reivindicações do sindicato.
As partes ajustaram a realização de três reuniões, que antecedem a próxima audiência no MPT-DF, agendada para 5 de setembro. Até lá, as empresas Piracicabana e Urbi comprometeram-se, de forma voluntária, a respeitar as cláusulas do instrumento coletivo que venceu no último dia 30 de julho.
Contra a terceirização
Entre as outras reivindicações, destaque para a cláusula que requer a proibição da terceirização e da instituição do regime de trabalho no contrato intermitente, em qualquer setor da empresa.
O Sindicato também requer do Governo do Distrito Federal o cumprimento da nova legislação, que determina a utilização de ônibus com o motor traseiro. A norma é resultado de trabalho do MPT, o qual constatou o adoecimento e ensurdecimento de motoristas e cobradores que lidavam diariamente com o alto barulho emitido pela máquina.
Contraproposta da Transit
Entre as contrapropostas apresentadas, a Transit quer a prorrogação do tempo máximo de horas extras para até quatro horas diárias, além de requerer a possibilidade de realização de jornada de trabalho de tempo parcial nas empresas.
Segundo o documento apresentado, “a jornada de trabalho de tempo parcial em nada se assemelha ao contrato intermitente, pois o trabalhador não será chamado por hora ou frequência não habitual. Ao contrário, será um colaborador que poderá ser escalado para atendimento do serviço público em tempo inferior à jornada habitualmente estabelecida, recebendo proporcionalmente a esse período de trabalho”.
Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução