Petista “ex-estrelado”, Geraldo Magela se contenta em ser distrital
Dentro de um partido enfraquecido e desgastado por investigação da Polícia Federal, Magela quer voltar a cargo eletivo pela porta da CLDF
Ex-deputado distrital, federal, candidato ao Senado em 2014 e secretário de Habitação no governo Agnelo Queiroz (PT), Geraldo Magela (PT) vai testar o que resta de seu prestígio político – abalado pelo desgaste do Partido dos Trabalhadores – com uma candidatura para a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
O petista também enfrenta arranhões no seu legado pessoal, ao ter de lidar com uma investigação da Polícia Federal que, embora não concluída, averigua a participação dele em supostas fraudes cometidas no âmbito de programas habitacionais do DF – justamente a área da qual foi secretário na gestão Agnelo Queiroz.
Ao longo dos últimos 15 anos, Magela viu seu patrimônio eleitoral ser dilapidado. Em 2002, quando disputou o Governo do Distrito Federal (GDF), chegou ao segundo turno e obteve 642.256 votos. Por uma diferença de 15.788, não foi eleito ao Palácio do Buriti: Joaquim Roriz venceu aquela disputa.
Entre 2006 e 2014, Magela foi deputado federal. A força nas urnas, no entanto, se dissipou. Nas últimas eleições, o petista tentou o Senado, mas ficou em terceiro lugar, atrás de José Antônio Reguffe (sem partido) e Gim Argello (PTB) – hoje condenado e preso por envolvimento na Lava Jato. Naquele ano, Magela teve 269.791 votos.
Agora, ao tentar a Câmara Legislativa, verá a quantas anda o humor do eleitorado com o PT, após o escândalo da Lava Jato e com a percepção dos brasilienses em relação ao nome dele.
Em 2016, Magela esteve entre os envolvidos na Operação Clã, da Polícia Federal. Em junho daquele ano, o petista foi conduzido coercitivamente para depor em investigação sobre irregularidades em programa habitacional do GDF no Riacho Fundo II.
A PF apura se a Secretaria de Habitação, sob a liderança de Magela, teria sido conivente com a cobrança de pedágio ilegal para a liberação de lotes. Até hoje as investigações não foram concluídas.
Como Magela não estava sob os holofotes políticos há dois anos, ainda não há como saber o impacto que as investigações podem ter sobre sua candidatura. Fato é que adversários devem usar o episódio como munição contra o petista.
Fonte: Metrópoles
Foto: Dênio Simões/GDF