Por ter colocado lenha na fogueira, presidente da Caesb é demitido

Ainda não é martelo batido sobre a privatização da Caesb. Mas o presidente da empresa Carlos Augusto Bezerra se antecipou aos fatos e resolveu gravar um vídeo contando como o processo se daria. Foi o motivo para que funcionários protestassem na porta da empresa

O governador Ibaneis Rocha demitiu nesta segunda-feira (05/08), o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Carlos Augusto Lima Bezerra, por ter colocado lenha na fogueira sobre o andamento do processo de privatização da empresa.

Em um vídeo enviado a funcionários Bezerra fala como se ele não fosse governo.

É fato que o governo passado deixou para trás e o governo Ibaneis herdou uma conta pra lá de salgada.

Por causa de uma dívida de 1 bilhão e 300 milhões de reais, a Caesb está desembolsando cerca de 240 milhões de reais por ano para pagar juros e ainda tem um comprometimento de suas receitas com uma folha de pessoal muito elevada.

A Caesb está em uma situação desesperadora.

Desde quando assumiu o comando da Caesb, Carlos Augusto Bezerra nunca conseguiu ter uma boa relação com os funcionários da empresa por ter tomado a iniciativa de nomear, para os principais postos de comanda da Companhia, “os amigos do Senado”. Essa turma ganha uma baba.

O dever de casa, para tirar a empresa do quase estado de insolvência financeira, não foi feito.

Apesar da situação de algumas estatais não ser boa como a da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô –DF), que não consegue gerar receita para pagar nem suas contas básicas, como folha e custeio, muito menos para bancar investimentos, no entanto o governador Ibaneis Rocha tem se cercado de cuidados como gestor e como advogado sobre o tema da privatização.

Privatizar uma estatal pode ser interpretada como inconstitucional, já que o Estado é obrigado fornecer determinados serviços.

É um caminho longo e penoso.

O governo do emedebista pretende antes dialogar com a sociedade se vale a pena continuar pagando caro para manter empresas estatais do DF que prestam a população serviços de péssima qualidade, são deficitárias e pagam estratosféricos salários acima do piso constitucional a seus funcionários.

No caso do vídeo feito pelo presidente demitido da Caesb a mensagem foi de colocar lenha na fogueira.

Ele será substituído pelo consultor jurídico Daniel Beltrão de Rossiter Corrêa.

Fonte: Radar-DF – Por Toni Duarte – Foto: Reprodução

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