Processo que envolve tráfico chega à PGR e PTB desiste de Cristiane
A deputada teria repassado propinas a traficantes de drogas da comunidade de Cavalcanti, na zona norte do Rio, para fazer campanha eleitoral
O PTB desistiu de indicar Cristiane Brasil para Ministra do Trabalho no mesmo dia em que chegou à Procuradoria Geral da República (PGR) o inquérito criminal que investiga o envolvimento da parlamentar com o tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Segundo a assessoria de imprensa da PGR, o processo chegou ao órgão nesta terça-feira (20) e está na Secretaria de Função Penal Originária da Procuradoria — setor que atua em assuntos perante ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o órgão, a Procuradoria vai agora analisar como está o inquérito e tomar providências para a continuação das investigações. Como jornal O Estado de S. Paulo revelou no dia 3 de fevereiro, o processo foi aberto depois de denúncias recebidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual do Rio de que Cristiane teria repassado propinas a traficantes de drogas da comunidade de Cavalcanti, na zona norte do Rio, para fazer campanha eleitoral no local.
Só após a reportagem procurar a polícia e o MP Estadual e questionar sobre as investigações, a Procuradoria de Justiça do Rio anunciou que enviaria os autos para o Ministério Público Federal. O MPF encaminhou o material para a PGR porque Cristiane é deputada federal desde 2015. Como parlamentar, ela tem direito a foro especial no STF.
A parlamentar nega as acusações, que atribuiu a questões políticas.
Interino
Após desistir de manter a deputada federal Cristiane Brasil (RJ) como indicada para assumir o Ministério do Trabalho, O PTB sonda outros nomes para o posto. De acordo com o Antagonista, a sigla vai indicar o atual ministro interino da pasta, Helton Yomura, para assumir definitivamente. Outros cotados seriam os deputados Sérgio Moraes (RS), Jorge Corte Leal (PE) e o ex-senador Wilson Santiago (PB).
Filiado ao PTB desde dezembro de 2014, Yomura já ocupou o posto de secretário-executivo do ministério e é amigo pessoal de Cristiane Brasil. Os dois se conheceram em junho de 2006, quando ele advogou para Cristiane numa representação do Ministério Público Eleitoral por campanha eleitoral antecipada, inquérito que foi arquivado em 2015.
Ação trabalhistas
Na Justiça do trabalho, Cristiane Brasil foi condenada em ação movida por um motorista que prestou serviços para ela. De acordo com a sentença de 2016, a deputada devia ao ex-funcionário R$ 60 mil. Fernando Fernandes Dias trabalhou sem carteira assinada no período de 29 de novembro de 2011 a 10 de janeiro de 2015.
No início de fevereiro, ela divulgou um vídeo feito em um barco, acompanhada por quatro homens sem camisa, no qual afirmava que “qualquer um pode pedir qualquer coisa na justiça”. O vídeo foi duramente criticado, inclusive pelo pai da deputada, Roberto Jefferson.
Fonte: AGÊNCIA ESTADO/ESTADÃO CONTEÚDO
Foto: LÚCIO BERNARDO JUNIOR/CÂMARA DOS DEPUTADOS