Projeto literário transforma alunos do Paranoá em leitores apaixonados
Com participação de autores locais, iniciativa da Escola Classe 05 desperta interesse pela leitura e escrita em mais de 600 estudantes
A Escola Classe (EC) 05 do Paranoá, referência em programas literários no Distrito Federal, realizou, em 25 de outubro, o projeto Conhecendo Autores, Formando Leitores. A iniciativa reuniu cerca de 600 crianças da educação infantil e do ensino fundamental, do 1º ao 5º anos, em torno da literatura infantil.
O evento contou com a participação de cinco autores brasilienses – João Bosco, Mônica Damaso, Giulieny Matos, Tatiane Almeida e Ana Neila Torquato – e apresentou trabalhos dos alunos em sete estantes temáticas, explorando as obras estudadas ao longo do ano.
“As crianças têm muita dificuldade de ler, e os pais também têm de incentivar a leitura, por diversos motivos”, explica Isabel Cristina Chrisostomo, vice-diretora da escola. “Por isso, a escola assume esse papel de aproximar os alunos da literatura, priorizando autores locais para que os jovens possam conhecê-los pessoalmente.”
Da dificuldade ao encantamento
O projeto tem transformado a relação dos estudantes com a leitura, como demonstram três pequenos leitores do 1º ano. Helena Rebeca da Silva Franco, 7 anos, superou suas dificuldades iniciais nas aulas de reforço e hoje é uma entusiasta dos livros. Seu colega Apolo Nauan Rodrigues de Souza, também de 7 anos, se encantou tanto com a obra Lagarta Vitória, de Giulieny Matos, e já sonha em ser escritor. “Eu queria escrever um livro para as pessoas nunca julgarem os outros pelas suas aparências”, contou.
Completando o trio, Sophia Manuelly Rodrigues Silva, de 6 anos, que aprendeu a ler este ano, mal podia conter sua ansiedade para conhecer Mônica Alves, autora do livro E Daí? Eu Sei Que Não Sou Assim. “Eu quero fazer uma entrevista com ela para perguntar algumas coisas sobre os livros dela”, disse.
João Bosco Bezerra Bonfim, autor de 31 livros, dos quais três foram utilizados no projeto, destacou a importância de humanizar a figura do escritor: “É fundamental que as crianças percebam que o escritor é uma pessoa comum, que conversa, ri e tosse como qualquer um. Isso desmistifica a ideia de que literatura é algo distante da realidade delas”.
Impacto na comunidade
Para Tatiane de Pádua Resende, coordenadora regional de ensino, o projeto vai além do incentivo à leitura. “Quando trazemos um autor à escola, a criança deixa de ver apenas o livro e passa a se identificar com aquela pessoa, percebendo que também pode ser autora um dia”, afirmou.
A autora Mônica Alves destacou o retorno imediato que recebe das crianças: “Nossa função como escritores é estar na escola, participando de projetos como esse. O contato direto com os alunos resgata a autoestima deles e mostra que a literatura é um caminho possível para melhorar aspectos como a leitura, a escrita e a convivência”.
*Com informações da Secretaria de Educação
Fonte: Agência Brasília
Foto: André Amendoeira/SEEDF