PT-DF bate o martelo: não terá prévias para escolha de pré-candidatos

 

Tradição dentro da legenda será quebrada nas eleições de 2018. Os postulantes ao GDF e ao Senado serão decididos em 28 de julho

O Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal decidiu não fazer prévias para escolher os pré-candidatos majoritários às eleições de 2018. A disputa interna sempre foi uma tradição dentro da legenda, porém, em 2018, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso, o processo de definição será quebrado. Durante reunião realizada na noite dessa segunda-feira (16/7) no diretório regional do PT, 45 pessoas votaram contra as prévias e seis a favor.

Além disso, ficou decidido que toda a chapa da legenda será homologada em 28 de julho, durante a convenção do partido. Hoje, dois nomes são cotados para representarem o PT no pleito de outubro como cabeças de chapa: Júlio Miragaya e Afonso Magalhães. Para o Senado existem três possibilidades: Wasny de Roure, Marcelo Neves e Chico Machado. Mesmo que não haja consenso em torno dos nomes, não haverá prévia.

Nos bastidores, um outro cenário também tem se desenvolvido. O PT iniciou um namoro com o PDT local a fim de formar uma aliança para a disputa ao Palácio do Buriti. O nome do ex-distrital pedetista Peniel Pacheco para governador do Distrito Federal agrada aos petistas. Além disso, a negativa do PDT-DF de estar no mesmo palanque do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) tem a simpatia da legenda de Lula.

Condições
Mas há ressalvas. Para que o PT esteja na chapa de Peniel Pacheco ainda faltam algumas garantias. Primeiro, a ratificação da pré-candidatura do pedetista; depois, a exclusão do senador Cristovam Buarque (PPS) de uma possível composição. Por último, a exclusão de partidos da direita da possível aliança a ser encabeçada por PDT e PT.

“A nossa dificuldade é que precisamos de uma candidatura própria, mas estaremos abertos a conversar”, avaliou a presidente regional do PT, deputada federal Erika Kokay (de azul, ao centro, na imagem em destaque).

A aproximação de PT e PDT agrada o pré-candidato Peniel Pacheco. De acordo com o pedetista, um entendimento beneficiaria os dois lados. “Uma conversa com o PT é sempre bem-vinda. Isso não significa que teremos esse ou aquele comportamento. Tem havido encontros ocasionais, mas as decisões dependem do entendimento dos partidos e das pessoas das instâncias autorizativas”, afirmou.

Miragaya
Além do namoro entre os partidos, a tendência de o PT compor com o PDT para disputar as eleições tem por trás razões pragmáticas: até agora, não decolou o apoio ao nome de Júlio Miragaya para representar o partido de Lula na corrida ao Buriti. Mesmo a campanha não tendo sido lançada oficialmente, petistas tinham a esperança de que o ex-secretário se consolidasse como uma alternativa viável à população e também à militância.

De acordo com um integrante da Executiva petista, porém, o próprio pré-candidato ainda não se comporta como tal, o que tem incomodado os correligionários. “Por conta do trabalho que ele desenvolve pelo país, Miragaya ainda tem um discurso muito nacional. Apresenta poucas ideias para melhorias no DF. Isso está causando insegurança dentro do partido”, afirmou um líder petista, sob condição de anonimato.

Apesar das críticas ao correlegionário, a presidente regional do partido defende o nome de Miragaya. Para Erika Kokay ele tem coerência em suas posturas e ideias, além de realizar um trabalho relevante em prol da eliminação da desigualdade social pelo país. “Não tenho dúvidas que, seguramente, ele nos surpreenderá”, conclui a deputada federal.

 

Fonte: Metrópoles

Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

 

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