Qual o papel dos imigrantes no desenvolvimento econômico, cultural e social dos países?

 

Pesquisas mostram os pontos positivos da imigração e acervo do Centro de Memória Bunge ajuda a contar como os imigrantes contribuíram para a economia e cultura do Brasil

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À esquerda, agricultures em 1950 e, à direita, homens trabalhando no cais do porto de Santos (SP) nos anos 20 (Fotos: Acervo do Centro de Memória Bunge)

São Paulo, julho de 2018 – O acervo do Centro de Memória Bunge, um dos mais ricos acervos históricos empresariais do Brasil, é um convite à reflexão sobre a importância dos imigrantes no desenvolvimento econômico, cultural e social de um país – um debate pertinente para o momento em que nações em todo o mundo discutem políticas para imigrantes e refugiados.

No acervo do Centro de Memória Bunge estão documentos e fotografias datados do início do século XIX, período das primeiras ondas migratórias no Brasil. Os registros recontam a época em que trabalhadores imigrantes, que vieram de países como a Espanha, Japão, Itália e Rússia para trabalhar nas lavouras, são contratados pelas primeiras fábricas e indústrias instaladas no Brasil. Já os alemães, em geral, vieram como investidores e industriais. Os costumes e origens desses povos influenciaram a economia, a demografia e a cultura do Brasil onde, atualmente, vivem cerca de 750 mil estrangeiros – número acentuado com a chegada de mais de 100 mil haitianos e venezuelanos entre 2010 e 2018.

Através desse acervo é possível relacionar a entrada de imigrantes no Brasil com o desenvolvimento industrial do país. Documentos históricos, alguns raros, um deles assinado pela Princesa Isabel, e fatos curiosos como os livros de registro das primeiras profissões dos anos 20, revelam como os imigrantes deixaram de ser apenas mão de obra agrícola e passaram a ter espaço nas sociedades comerciais – por exemplo, apesar da panificação no Brasil estar bastante vinculada às tradições portuguesas, foi com os migrantes italianos que essa cultura realmente se expandiu, que por sua vez influenciou a Bunge a investir no ramo de tecelagem, a princípio voltado para a produção de sacos para guardar o trigo.

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À esquerda, funcionários de uma padaria em Vitória (ES), em 1932, e à direita, fábrica de tecidos em Santo André (SP), em 1940 (Fotos: Acervo do Centro de Memória Bunge)

Como as primeiras fábricas e indústrias estavam nos grandes centros urbanos, o fluxo migratório se concentrou nas capitais, especialmente na cidade de São Paulo. Hoje, acontece o inverso. Os imigrantes estão acompanhando o movimento de interiorização das empresas transnacionais, segundo aponta um relatório divulgado recentemente pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que mostra que dos 391.282 imigrantes registrados no país entre 2000 e 2015, 35% foram para o interior do Estado de São Paulo.

A contratação de mão de obra imigrante também levanta outra discussão. Ainda hoje persiste a ideia de que a imigração pesa na produtividade dos países, mas estudos comprovam justamente o contrário. No Brasil, a história mostra que a imigração demandou bens e serviços que geraram empregos para imigrantes e brasileiros. E de acordo com estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, o êxodo marítimo de Porto Mariel, uma onda migratória que levou mais de 125 mil cubados para o país americano em 1980, aumentou em 7% em quatro meses a oferta de trabalho em Miami, cidade para onde boa parte dos imigrantes fixou residência.

Outro estudo, feito pela University College London, mostrou que a chegada de trabalhadores estrangeiros no Reino Unido não apenas injeta dinheiro na economia como aumenta o número de profissionais qualificados: o movimento migratório gerou superávit de quase 23 bilhões de libras (cerca de 92 milhões de reais) na economia britânica entre os anos de 2000 e 2011. E em 2011, o percentual de britânicos com diploma universitário era de 21%, o de imigrantes da União Europeia de 32% e o de trabalhadores de fora do bloco econômico, de 38%.

Centro de Memória Bunge

O local foi criado pela Fundação Bunge em 1994 para preservar e disseminar conhecimento sobre a história da Bunge, empresa que contou com o apoio de povos de diversos países para construir os seus mais de 200 anos de história – atualmente, está presente em mais de 40 países, incluindo o Brasil, onde foi precursora do desenvolvimento industrial. O acervo do Centro de Memória Bunge reúne materiais de diversas origens e tipos, como documentos cartográficos, iconográficos, tridimensionais, textuais, entre outros, que contemplam temas como a história da industrialização brasileira, do agronegócio, da propaganda e navegação.

Para facilitar o acesso ao público e compartilhar com a sociedade o aprendizado construído, o Centro de Memória Bunge disponibiliza seu acervo online e conta com atividades gratuitas como atendimento a pesquisas, exposições temáticas, visitas técnicas e benchmarking. Além disso, promove anualmente as Jornadas Culturais, uma série de eventos com palestras e oficinas gratuitas com objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação de acervos históricos e patrimoniais.

Serviço:

Todo o acervo do Centro de Memória Bunge também pode ser visitado pessoalmente, mediante agendamento.

Endereço:  Rua Diogo Moreira, 184, Pinheiros, São Paulo.

Telefone: (11) 3914-0846

Site: www.fundacaobunge.org.br/acervocmb

 

Sobre a Fundação Bunge

A Fundação Bunge, entidade social da Bunge Brasil, há mais de 60 anos atua em diferentes frentes com o compromisso de valorizar pessoas e somar talentos para construir novos caminhos. Suas ações estabelecem uma relação entre passado, presente e futuro e são colocadas em práticas por meio da preservação da memória empresarial (Centro de Memória Bunge), do incentivo à leitura (Semear Leitores), do voluntariado corporativo (Comunidade Educativa), do desenvolvimento territorial sustentável (Comunidade Integrada) e do incentivo às ciências, letras e artes (Prêmio Fundação Bunge).

 

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Fonte: CDN Comunicação

Fotos: Acervo Centro de Memória Bunge

 

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