Reforma da previdência pode gerar 4,3 milhões de empregos. Será?

Por Luiz Flávio Gomes (*)

A reforma da previdência é necessária, mas não podemos concordar com seus pontos extremamente desumanos e inconstitucionais (a redução do BPC recebido pelos velhinhos miseráveis, por exemplo, é de uma atrocidade cruel insuperável).

Também temos que analisar com muito cuidado declarações que não mostram bases empíricas que as sustentem. Veja isto: reforma da previdência pode gerar 4,3 milhões de empregos em quatro anos; isso é o que prevê o governo (https://g1.globo.com/politica/blog/valdo-cruz/post/2019/04/15/reforma-da-previdencia-pode-gerar-43-milhoes-de-empregos-em-quatro-anos.ghtml).

Será que os brasileiros vão acreditar neste discurso de Marco Antônio Cavalcanti, subsecretário de Política Fiscal da Secretaria de Política Econômica do governo?

Em 30/10/2017, Henrique Meirelles disse o seguinte: “Nova lei trabalhista deve gerar mais de 6 milhões de empregos”. Desde essa data, o desemprego só aumentou ou ficou estável (hoje girando em torno de 13 milhões de pessoas, mais 5 milhões que já não procuram emprego).

O Brexit foi aprovado com a promessa de mais empregos, mais impostos, mais prosperidade. O Reino Unido perdeu 6,6 bilhões de libras em atividade econômica a cada trimestre desde que votou a favor de deixar a União Europeia, segundo a S&P Global Ratings, a mais recente instituição financeira a estimar os prejuízos do Brexit (Extra, 4/4/19).

Diziam que com o pagamento de bagagem extra o preço das passagens iria diminuir. Isso não ocorreu.

Diziam que a limitação dos gastos públicos (necessária) iria reduzir a dívida do País assim como os juros. Nada disso ocorreu.

Discursar em favor de uma ideia é uma coisa, mostrar resultado positivo efetivo é outra.

Sobre Luiz Flávio Gomes: Titular da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) e Suplente na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime organizado. Criador do movimento de combate à corrupção, “Quero um Brasil Ético”. Doutor em Direito Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madri. Mestre em Direito Penal, pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Foi Delegado de Polícia aos 21 anos, Promotor de Justiça aos 22 e Juiz de Direito aos 25, exerceu também a advocacia. Fundou a Rede LFG, democratizando o ensino jurídico no Brasil. Doutor em Direito Penal, jurista e professor. Publicou mais de 60 livros, sendo o seu mais recente “O Jogo Sujo da Corrupção”. Foi comentarista do Jornal da Cultura. Escreve para sites, jornais e revistas sobre temas da atualidade, especialmente sobre questões sociais e políticas, e seus desdobramentos jurídicos.  Em 2018 candidatou-se pela primeira vez com o objetivo de defender a Ética, a Justiça e a Cidadania. Eleito Deputado Federal por São Paulo – PSB com 86.433 votos.

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Fonte: Assessoria de Imprensa – Foto: Arquivo Pessoal

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