Reino Unido quer ‘criar novos laços’ após Brexit, diz embaixadora
A diplomata considerou que o português “é uma língua global muito importante e também dentro do próprio Reino Unido”, considerou
A embaixadora do Reino Unido em Lisboa justificou nesta quarta-feira (18) a obtenção do estatuto de observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com a intenção de “criar novos laços” com outros Estados após o ‘Brexit’.
“Esta vai ser a nossa abordagem depois do ‘Brexit’ [saída do Reino Unido da União Europeia, marcada para março de 2019]. Basicamente, fortalecer ainda mais a relação bilateral com os nossos parceiros europeus, os nossos parceiros históricos, mas também criar novos laços importantes com outros Estados e economias”, disse à agência Lusa Kirsty Hayes, que assiste à XII conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que acontece em Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde.
Os líderes dos nove países lusófonos aprovaram hoje a concessão da categoria de observador associado a mais oito Estados – Luxemburgo, Andorra, Reino Unido, Sérvia, Chile, França, Itália – e à Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
O Reino Unido vive “atualmente um momento bastante histórico”, afirmou a embaixadora, em declarações à Lusa, acrescentando: “Estamos saindo da União Europeia, mas isto não significa que estejamos fechando as nossas abordagens aos outros países”.
A diplomata britânica considerou que a comunidade lusófona “é uma organização muito vibrante, muito interessante”.
Kirsty Hayes justificou a decisão do Reino Unido de pedir o estatuto de observador associado com o fato do país acolher “uma comunidade grande de portugueses”, de cerca de 400 mil pessoas, e “também outras comunidades luso-falantes”, como a brasileira.
A diplomata considerou que o português “é uma língua global muito importante e também dentro do próprio Reino Unido”, considerou.
“Temos todo o interesse em fortalecer os laços com a CPLP em geral e com os vários Estados-membros também”, referiu.
Sobre os contributos que o Reino Unido pode trazer para a CPLP, Kirtsy Hayes referiu que o seu país e os países lusófonos têm “muitos interesses em comum”.
Sobre o oceanos, um dos temas escolhidos pela presidência cabo-verdiana da CPLP, a diplomata disse que o Reino Unido está desenvolvendo “uma campanha muito grande para reduzir os plásticos nos oceanos”.
“Como a maioria dos membros da CPLP, somos uma ilha, temos uma história muito ligada ao mar e aos oceanos, esta é uma área muito, muito importante”, sublinhou.
Outro tema valorizado por Londres é o da igualdade de gênero, em particular a da educação das meninas.
Durante a XII conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que aconteceu entre terça-feira e hoje, Cabo Verde assumiu a presidência rotativa da organização, por um período de dois anos, e com o lema “Cultura, Pessoas e Oceanos”.
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.
Com informações da Lusa.
Fonte: Notícias Ao Minuto
Foto: DR