Resistência para ser oposição

Candidatos ao Palácio do Planalto nas últimas eleições, após alcançarem juntos, quase 50 milhões de votos no primeiro turno da eleição presidencial em 2018, enfrentam resistências para ser oposição. Fernando Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) sofrem com problemas dentro de seus próprios partidos e não deslancham como queriam na oposição a Jair Bolsonaro.

Fardo pesado

Em São Paulo o tucano Alckmin enfrenta um fardo pesado, João Doria desponta assumindo a liderança nacional do PSDB. O Rede, de Marina Silva, que não conseguiu superar a cláusula de barreira, estuda uma fusão com o PV, enquanto isso figura em papel secundário.

Frente ampla de siglas

No PDT, Ciro já é tratado como o candidato do partido em 2022, apesar de haver conversas para a formação de frente ampla de siglas. O comando de Ciro Gomes foi desafiado na votação da reforma da Previdência, quando oito deputados votaram favoravelmente, contrariando a orientação do PDT. O mesmo aconteceu no Senado, com a senadora Kátia Abreu (TO), candidata a vice-presidente na chapa de Ciro. Ela votou favorável à reforma da Previdência.

Lula prefere Gleisi

Fernando Haddad que contava em assumir a presidência do PT, viu sua pretensão ir por água abaixo com o presidente Lula optando em dar preferência a Gleisi Hoffman, favorita para recondução do partido em novembro. Embora com reações contrárias no PT, membros do partido até admitem abrir a cabeça de chapa com um nome com trânsito em diferentes siglas.

Muita água para rolar

O deputado Bohn Gass (PT/RS), lembra que “há um período longo até as eleições e, ainda não se pode fazer afirmações abruptas, determinantes. Enfatiza que tem muita água para rolar ainda nesse caminho. Há uma reposição do PT, um reposicionamento importante para a sociedade, as pesquisas mostram isso”.

Para o parlamentar, “há um decréscimo dessa onda direitista que apareceu no governo Bolsonaro, porque o governo é um governo de todos da direita. Essa onda toda está em franca queda”.  Destacou que “há um esforço de reposicionamento e desejo de que a gente possa conseguir uma frente de novos partidos”. O parlamentar gaúcho afirma que “gostaria que o PDT o PSol, o PSB e o PCdoB, estivessem com o PT. Também temos que respeitar os conselhos partidários nessas táticas eleitorais. O certo é que o PT está se reposicionando, vai ter candidato e vai estar junto nessa frente”.

Ser candidato

Para Bohn Gass, “a direção partidária no momento é do Haddad.  Uma coisa é ter direção partidária, outra coisa é ser candidato no ano eleitoral. Não há nenhum movimento em relação ao Haddad ser candidato”. Segundo o deputado, “assim como o Haddad foi o candidato do Lula para ser presidente, a Gleisi é a candidata a presidente do partido. São duas coisas distintas. Então não tem nenhum demérito sobre isso, e nós confiamos também que esse ano se renove o movimento democrático com a própria soltura do Lula. Nós temos ainda o nome do Lula também, que poderá vir a ser candidato”.

Desestabilizar o Partido

Na visão do deputado Nereu Crispim (PSL/RS), “ existe um grupo de deputados que tem interesse em desestabilizar o partido (PSL). De repente, por alguma coisa não atendida”. Segundo o parlamentar, neste momento “ não vou me manifestar contra a ou b. Acho que isso é uma coisa eu o presidente Bivar e o presidente Bolsonaro vão resolver. O principal objetivo é atender a pauta da população brasileira, O discurso de campanha foi esse, o partido é comprometido com as pautas do presidente Bolsonaro e o presidente está comprometido com as pautas que o PSL tinha que é o liberalismo econômico e diminuição do Estado.

Briga entre marido e mulher

O congressista, argumenta que nunca tinha sido político. “Fui eleito com essa bandeira”. Para Nereu Crispim, quando a estas questões no PSL, como se diz, “é uma briga entre marido e mulher” e, num determinado momento eles chegam num acordo, até porque a bancada do PSL é uma bancada jovem, a maioria nunca   atuou dentro do Congresso Nacional”. O conselho do parlamentar é que esse momento é um momento de cautela, de colocar na frente o interesse maior que é o interesse da população brasileira. E não cada um ficar olhando seu lado pessoal”.

A coluna Repórter Brasília é publicada simultaneamente no Jornal do Comércio, o jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul 

Fonte: Blog Edgar Lisboa | Fotos: Reprodução

Deixe seu comentário