Rollemberg sobre onda de greves: “Servidores estão sendo bem tratados”
Segundo o governador, o funcionalismo deve olhar para o que ocorre em outras unidades da Federação, onde os salários estão atrasados
Diante da ameaça de uma onda de greves e paralisações dos serviços públicos, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) mandou recado para as categorias, durante liberação de verba – R$ 3,5 milhões – destinada aos agricultores familiares na manhã desta terça-feira (20/2). “É importante os servidores olharem o que está acontecendo em outras unidades da Federação para ver como eles estão sendo bem tratados recebendo os seus salários rigorosamente em dia”, disse.
No ano em que tentará a reeleição, Rollemberg deve enfrentar a ofensiva de sindicatos de diversas categorias. Os servidores se preparam para reivindicar reajustes e benefícios adiados desde o início do mandato do socialista, sob a alegação de falta de dinheiro e sanções da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Agora que o Executivo não está mais enquadrado no limite prudencial da LRF, a fatura será cobrada.
No dia 14 de fevereiro, Rollemberg flexibilizou – embora timidamente – o discurso repetido ao longo dos últimos três anos, de não ter como conceder reajuste ao funcionalismo local. Questionado sobre a chance de os servidores, enfim, receberem os contracheques atualizados, o governador disse que o assunto “não está em pauta no momento”. Contudo, não fechou as portas.
Em vez de negar a possibilidade enfaticamente, como das outras vezes em que comentou o tema, o socialista respondeu com um evasivo “não sei” ao ser perguntado se o debate pode voltar à mesa neste ano.
Assistentes sociais, policiais civis, agentes socioeducativos e funcionários da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) já anunciaram que vão cruzar os braços nos próximos dias. Nesta terça-feira (20/2), servidores do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) fizeram uma assembleia e decidiram parar em 26 de fevereiro e 2 de março. O indicativo de greve será votado no próximo dia 8.
Também nesta terça, policiais civis discutem como será a paralisação da categoria. A suspensão das atividades já foi aprovada em assembleia anterior. De acordo com o Sinpol, entidade representante dos agentes, falta ainda definir a data em que os braços serão cruzados. A corporação reivindica equiparação com a Polícia Federal, a qual angariou reajuste de 37%, dividido em três parcelas. Já o Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Distrito Federal (Sindepo-DF) convocou assembleia para a quarta-feira da próxima semana, dia 28 de fevereiro.
O Sindicato dos Servidores da Assistência Social e Cultural (Sindsasc) anunciou o início da greve para a próxima segunda-feira (26). “Nós teremos outra assembleia, apenas para a confirmação da greve”, informou o presidente do Sindsasc, Clayton Avelar. “A não ser que haja alguma proposta por parte do GDF”, complementou.
A categoria cobra o pagamento da terceira parcela do reajuste aprovado ainda na gestão Agnelo Queiroz (PT) e a realização de concurso público para a contratação de novos servidores.
Em nota sobre a possibilidade de uma onda de greves, o GDF disse não ser “possível arcar com novos reajustes sem uma nova fonte contínua de receitas”. A respeito do diálogo com as categorias, informou contar “com 32 mesas permanentes de negociação, que mantêm encontros periódicos com diversos sindicatos, sob condução da Subsecretaria de Relações do Trabalho e do Terceiro Setor da Casa Civil”.
Fonte: Metrópoles
Foto: JP RODRIGUES/ESPECIAL PARA O METRÓPOLES