Secretaria de Cultura leva alunos da rede pública ao Cine Brasília
Estudantes assistiram a um filme estrelado por Brad Pitt e participaram de um debate sobre combate à pirataria
Nesta quarta-feira (24), pela manhã, 506 estudantes da rede pública de ensino lotaram o Cine Brasília para assistir a um filme inusitado: O Homem que Mudou o Jogo, história na qual o ator Brad Pitt encena um diretor de time de beisebol e precisa encontrar estratégias criativas para tirar o grupo do buraco. Vindos de Brazlândia, Ceilândia, Taguatinga, Santa Maria, Samambaia e Paranoá, os alunos, dos ensinos fundamental e médio e dos centros interescolares de línguas assistiram ao filme e debateram o combate à pirataria.
A exibição faz parte de dois programas: o Cultura Educa, uma iniciativa de formação patrimonial e de público do GDF realizado pela Secretaria de Cultura; e o Dia Mundial da Propriedade Intelectual, realizado em 26 de abril em várias partes do mundo. A parceria envolveu a Motion Picture Association (MPA), entidade que representa os filmes de Hollywood e promove, todos os anos, um evento para debater o combate à pirataria e a valorização de talentos na indústria criativa. Neste ano, a data foi relacionada a esportes, com o lema Busque o ouro: Esportes e propriedade intelectual.
“O direito autoral é a base da indústria criativa”, destaca o secretário de Cultura, Adão Cândido. “Nem todas as pessoas têm essa dimensão do quão importante é remunerar os artistas e as empresas que produzem a cultura e o entretenimento. Além disso, a formação de público é um trabalho importante da secretaria. É uma honra realizar essa parceria para trazer as crianças para conhecer o Cine Brasília, que é um monumento do Oscar Niemeyer, tombado, uma grande sala do patrimônio do DF”.
O objetivo foi conversar com o público de crianças e adolescentes sobre a importância de valorizar talentos e gente que trabalha direta e indiretamente com o cinema no país – por ano, são mais de 170 mil empregos no setor só no Brasil, segundo a MPA.
Propriedade intelectual
“Valorizar os direitos autorais é valorizar talento e a criatividade de quem produz arte e cultura no Brasil”, resume a diretora da Motion Picture Association no Brasil, Andressa Pappas. “A indústria audiovisual representa mais para o PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro do que a indústria do turismo e gera empregos. E não falamos apenas das grandes estrelas, mas das pessoas que trabalham com som, imagem, que cozinham para servir comida no set de filmagem, enfim, uma série de pessoas que dependem disso para viver. O respeito à propriedade intelectual é um elemento chave para fazer com que a economia criativa continue prosperando e gerando novas oportunidades, em especial para os jovens talentos e as futuras gerações”.
O estudante do quinto ano Arthur Nunes de Carvalho, da Escola Classe 15 da Ceilândia Sul, compartilhou seu aprendizado pessoal durante fala da representante dos estúdios. Ele conta que já baixou filme pirata e foi notificado pela empresa que produziu a obra. “O filme tinha umas sombras pretas passando na frente – era como se fossem pessoas passando no cinema”, descreve. “Recebi uma notificação, porque o filme ainda estava passando no cinema. Cliquei num link que aparecia e o filme começou a ser instalado no meu computador. Eu coloquei o link original no navegador e fui direcionado à página da empresa. Daí a empresa me deu o filme original e pediu para eu não fazer mais isso. As gravações piratas têm muitos cortes e podem enviar vírus e estragar o computador. Eu não quero que isso aconteça.”
O Brasil está na lista global dos dez países com maiores índices de pirataria, segundo levantamento da associação da indústria de filmes de Hollywood, MPA. A indústria de filmes chega a perder R$ 2 bilhões por ano com receitas para o mercado ilegal de filmes. A pirataria também implica em uma perda de quase R$ 720 milhões em impostos, segundo levantamento da MPA.
O filme
O Homem que Mudou o Jogo é uma produção da Sony. Conta a história de um negociador que usa a criatividade, a tecnologia e todas as ferramentas de gestão para superar uma crise e transformar uma equipe de beisebol em um time de sucesso. Baseada em fatos reais, a produção recebeu, em 2012, seis indicações ao Oscar, incluindo a de melhor filme e melhor roteiro.
* Com informações da Secretaria de Cultura
Fonte: Agência Brasília – Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura