Senadores destacam manifestações populares de domingo
Em Brasília, manifestantes se reuniram na Esplanada dos Ministérios e pediram fim do foro privilegiado e demonstraram apoio ao governo
As manifestações populares desse domingo (26) dominaram os discursos no Plenário do Senado nesta segunda-feira (27). Os protestos, registrados em várias cidades do Brasil, criticaram posições do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional e também defenderam pautas como a reforma da Previdência (PEC 6/2019) e a MP da Reforma Administrativa (MP 870/2019), com destaque para a manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o Ministério da Justiça.
Para o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), as autoridades públicas precisam fazer a leitura correta dos protestos e “trabalhar, trabalhar e trabalhar”. Ele classificou as manifestações como democráticas e pacíficas e disse que é preciso um esforço coletivo e agregador para unificar o país. Na mesma linha, Eduardo Girão (Pode-CE) disse que a manifestação foi saudável para a democracia. Segundo Girão, os manifestantes defenderam a “pauta Brasil”.
— O povo brasileiro acordou. O povo brasileiro gritou e está de parabéns. Foi um movimento legítimo, ordeiro e pacífico — afirmou.
Na visão do senador Alvaro Dias (Pode-PR), os políticos precisam fazer a leitura correta das manifestações, tanto as de domingo quanto as do último dia 15, contra o corte de investimentos na educação. Ele destacou que as manifestações pediram o fim do foro privilegiado e lembrou que é autor de uma PEC que trata do assunto (PEC 10/2013). A matéria aguarda a votação na Câmara dos Deputados. Segundo Alvaro, os brasileiros descobriram que ser militante vale a pena e apontaram que o Brasil quer ser uma grande nação.
O senador Telmário Mota (Pros-RR) se disse surpreso com o tamanho das manifestações e classificou os protestos como uma vitória do presidente Jair Bolsonaro. Ele disse, no entanto, que Roraima teve apenas cerca de 300 pessoas nas manifestações, para demonstrar a insatisfação do estado com uma suposta falta de ação do governo federal com as demandas locais, como a questão energética e a atenção com os imigrantes venezuelanos.
Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a manifestação livre é característica da democracia. Ele lamentou, porém, o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter usado as redes sociais para manifestar apoio a pautas que não seriam adequadas e comparou o presidente ao imperador Nero, que tocou fogo em Roma e culpou os cristãos.
— O presidente da República precisa se comportar com a sobriedade que o cargo exige — criticou.
Fonte: Agência Senado – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr