SEQUELAS: Abandono na Saúde se repete no segundo maior hospital do DF
Relatório da SES afirma que o HRT conta apenas com um médico no Pronto-Socorro e gambiarra na rede elétrica
O Hospital Regional de Taguatinga (HRT), a segunda maior unidade de saúde do Distrito Federal, passa por inúmeros problemas, que vão desde a sua infraestrutura até o atendimento à população. O transtorno mais recente foi registrado na manhã desta quinta-feira (24). Um princípio de incêndio assustou funcionários e pacientes do Pronto-Socorro da unidade. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que o princípio de incêndio foi causado por um curto circuito na galeria da rede elétrica do HRT, o que acabou ocasionando o rompimento de um cano d’água nesse local. Não houve vítima no incidente, mas houve correria e muitos pacientes criticaram a estrutura da unidade.
Um relatório do início deste mês, produzido pela atual equipe da Secretaria de Saúde, já apontava outras falhas. De acordo com o documento, a emergência do HRT conta apenas com um médico. O relatório aponta ainda que o Pronto-Socorro do hospital descumpre o total de horas mínimas de atendimento, estabelecida por uma portaria da SES, que seria de 1.000 horas, mas oferece 360 horas. Além disso, faltam anestesistas para a realização de cirurgias eletivas (sem urgência).
Em relação à infraestrutura da unidade, a vistoria encontrou pisos e paredes descascadas, gambiarras na fiação elétrica e na rede de internet, ar condicionados velhos, mobiliário ou e sem funcionamento, mobiliário caindo aos pedaços, entre outros problemas.
Outro problema apresentado no relatório é o único tomógrafo do HRT que, por ser muito antigo, quebra com frequência. Em novembro do ano passado, o SindSaúde noticiou o caso de uma idosa que corria risco de morte por falta de um exame no equipamento.
A presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, espera que o documento sirva de forma efetiva para a solução dos problemas da saúde. “Esse relatório só expõe de forma mais clara tudo o que já sabíamos, a Saúde do DF está a Deus-Dará. Cabe ao atual governo resolver esse problema da forma mais enérgica possível”.
Estudo
O documento serviu de base para que o governador Ibaneis Rocha (MDB) decretasse situação de emergência na Saúde do DF. A medida, entre outras coisas, permite ao Executivo fazer compras sem licitação e liberar horas extras aos servidores.
Questionada sobre quais medidas poderão ser tomadas, a Secretária de Saúde informou, em nota, “que a decretação do Estado de Emergência na Saúde permitirá ao Governo do Distrito Federal, assim que aprovado pela Câmara Legislativa, adotar todas as ações necessárias para restabelecer a qualidade do atendimento prestado à população na rede pública de saúde”. Além disso, de acordo com a pasta, “a medida possibilitará mais agilidade nas contratações e nos contratos de manutenção de equipamentos, além de proporcionar melhores condições para a compra de medicamentos e insumos, entre outras iniciativas”.
Fonte: SindSaúde DF
Foto: Reprodução