SEQUELAS: HMIB é o retrato do abandono e descaso com mães e crianças

 

Fiscalização segue encontrando as feridas abertas por um governo incompetente

Selo sequelas

Em relatório da Secretaria de Saúde do Distrito Federal sobre a situação atual dos hospitais e Unidades de Pronto Atendimento do DF, o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), referência na atenção integral à saúde da mulher e da criança, apresenta diversas irregularidades, fruto de anos de sucateamento e desatenção.

Segundo o documento, faltam insumos diversos para o atendimento na unidade. As infiltrações são recorrentes. Apesar de existir contrato de manutenção vigente, até a publicação do relatório a empresa não havia começado as obras. Um grande risco para os pacientes e servidores é o cabeamento elétrico que está exposto em vários locais do hospital. O que, infelizmente, já é comum na rede pública, o HMIB também disponibiliza cadeiras inadequadas e sem manutenção para os acompanhantes.

Também preocupam as autoridades as rachaduras pelas paredes. Por se tratar de um hospital destinado aos cuidados materno infantil esperam-se equipamentos que supram às necessidades dos recém-nascidos, entretanto, a realidade é bem distante da desejada. A UTI Neonatal está com inúmeras incubadoras estragadas e equipamentos sem manutenção.

Ainda de acordo com o relatório da nova gestão da SES, das quatro salas de cirurgia, apenas duas estão funcionando. Não há espaço adequado para armazenamento de materiais e produtos como álcool e soro fisiológico são empilhados nos corredores. A torcida é para que não haja nenhum principio de incêndio já que os que extintores estão vencidos há um ano e meio.

Problema antigo

Para o SindSaúde-DF, o relatório traz o que o sindicato, várias vezes, denunciou: problemas no hospital em decorrência da má gestão dos governos anteriores. Em novembro do ano passado, foi noticiado um despacho da diretoria do HMIB alertando para o risco de morte de crianças por falta de medicamento, neste caso era a escassez de soluções para diálise peritoneal que preocupava. Em julho do mesmo ano, era a falta de cateteres para acesso venoso central que comprometia o atendimento dos pacientes. Em outra situação, em outubro, foi publicado o bloqueio de 9 leitos de UTI por falta de recursos humanos.

A SES informou que o HMIB já passa por reformas que começaram na segunda-feira (14). Segundo a nota, a obra trocará o piso e bate-macas e pintará as paredes dos corredores. “O hospital não passa por uma reforma estruturante há mais de 10 anos, apenas pequenos reparos eram feitos pontualmente”, afirma a diretora administrativa do HMIB, Glaucia Silveira.

“As feridas abertas pelas gestões anteriores ainda sangram e no caso do HMIB, nossos bebês também sofrem com o descaso deste abandono. Esta obra é muito pouco perto do que hospital precisa, mas já é o começo. O novo governo está iniciando, mas já estamos firmes acompanhando a execução das tão sonhadas melhorias na Saúde do DF, esperadas pelos servidores e usuários”, afirma a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.

Clique aqui e leia o relatório na íntegra.

 

Fonte: SindSaúde DF

Foto: Arquivo/SindSaúde DF

 

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