SindSaúde efetiva parceria com a Fundação Getúlio Vargas para realização de pesquisa com profissionais de saúde do DF

A terceira fase da pesquisa será aplicada pelo Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB) da FGV

Na quarta-feira (12), o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde  – SindSaúde-DF fechou parceria com o Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB) da Fundação Getúlio Vargas a fim de saber qual a percepção dos profissionais de saúde sobre os impactos da pandemia da Covid-19 no cotidiano, bem-estar e modo de agir dos trabalhadores.

A pesquisa já teve duas etapas divulgadas e em setembro de 2020 serão divulgados novos dados, referentes a terceira etapa do estudo. Na 2ª fase, foram entrevistados 2.138 profissionais da saúde pública de todas as Unidades da Federação, por meio de um formulário aplicado no formato online. O documento busca apresentar, de forma sintética, os resultados de uma pesquisa voltada a entender os impactos da pandemia nestes trabalhadores e coleta dos dados aqui apresentados realizada a partir da aplicação de um survey online, entre os dias 15 de junho de 2020 e 1º de julho de 2020.

“Em contato direto com as pessoas contaminadas, os profissionais de saúde estão constantemente expostos ao vírus. Até dia 17 de julho, segundo o Conselho Federal de Enfermagem, o número de casos confirmados de COVID-19 em profissionais da área era de 26.954”, indica o relatório.

O SindSaúde, entendendo a importância de obter dados concretos sobre o trabalho diário dos servidores da Saúde no Distrito Federal, firmou parceria (3ª fase) com a equipe de pesquisadores para que a entidade tenha mais informações sobre a situação vivida por esses profissionais na Capital da República.

Para Marli Rodrigues, presidente do SindSaúde-DF, é essencial entender como os trabalhadores estão vivenciando essa pandemia. “Devemos trabalhar com todos os dados possíveis para buscar melhorar a vida dos servidores que estão na linha de frente de combate ao novo coronavírus”.

Como forma de parceria com o Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB) da FGV o SindSaúde irá divulgar o cronograma de entrevistas e enviar o formulário para os servidores filiados ao sindicato.

Coautora da pesquisa, a cientista política Michelle Fernandez afirma que os dados mostram um cenário de fragilidade da classe médica brasileira. “Diante de uma doença nova, nenhum profissional de saúde estava preparado para viver tal experiência no trabalho”, disse.

Dados da Pesquisa (2 ª fase)

Pesquisa aponta que maioria dos profissionais de saúde tem medo e não se sente pronta para lidar com a crise do coronavírus e ao mesmo tempo, por conta da pandemia ainda descontrolada no Brasil, eles relatam sofrerem pressão, estarem atuando em jornadas exaustivas e com a saúde mental abalada. O levantamento mostrou que 78,2% dos profissionais de saúde enfrentam algum problema de saúde mental e 70% se sentem despreparados.

Os resultados do levantamento da FGV mostram ainda que a distribuição dos equipamentos de proteção individual (EPIs), necessários para proteger quem trabalha com os infectados, está abaixo do desejado.

Dados do Distrito Federal

Segundo a Secretaria de Saúde do DF, no boletim epidemiológico, edição nº 163, do dia 12 de agosto, 4.608 profissionais de saúde foram infectados pelo o novo coronavírus e 16 óbitos confirmados por COVID-19, incluindo trabalhadores da rede particular e pública de saúde. Até aqui, 2.471 servidores da Saúde tiveram que se afastar para tratar o novo coronavírus no DF.

Fonte: SindSaúde-DF | Imagem: SindSaúde-DF

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