Só Eliana, Ibaneis, Leila e Izalci mostram crescimento significativo

 

Usar os resultados de pesquisas de opinião na campanha eleitoral, na internet ou na televisão, é uma prática antiga, e candidatos ao governo de Brasília e ao Senado estão fazendo isso com os números da pesquisa do Datafolha divulgada na quinta-feira (6/9) pela Rede Globo. Como peças de propaganda política, não se deve mesmo esperar que sejam fieis à realidade, mas a mais mentirosa é a que já coloca o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) no segundo turno, quando a pesquisa mostra que há um empate técnico entre quatro candidatos e ele é o mais rejeitado.

A rigor, apenas dois dos postulantes ao governo e dois ao Senado tiveram, nessa segunda pesquisa Datafolha, índices significativos de avanço. Por outro lado, dois candidatos ao Senado devem estar preocupados com suas quedas. Nos demais casos, as mudanças para cima ou para baixo não são relevantes, por serem mínimas e se situarem na margem de erro. É a próxima pesquisa que vai mostrar se as tendências de alta e baixa permanecerão.

Dos candidatos a governador, Eliana Pedrosa (Pros) e Ibaneis Rocha (MDB) têm o que comemorar, embora seus crescimentos estejam dentro da margem de erro. Eliana subiu de 15% para 18%, mantendo-se empatada tecnicamente com Rollemberg (15%) e, no limite, com Rogério Rosso (PSD), que está com 12%. Rosso caiu um ponto, o que não é, por enquanto, relevante. Será se a tendência de queda se manifestar na próxima pesquisa.

Já Ibaneis subiu de 2% para 4%, índice baixo, mas que significa ter dobrado suas intenções de voto em pouco tempo de campanha. Tecnicamente, e no limite, Ibaneis já está empatado com Fraga, que subiu de 8% para 10% — crescimento de 25%. Está também empatado com os quatro candidatos que têm 3%, mas estão estáveis (Fátima Sousa, PSol; e Júlio Miragaya, PT), subiram um ponto (Alexandre Guerra, Novo) ou tiveram queda na margem (Paulo Chagas, PRP, de 5% para 3%). Se mantiver esse ritmo de crescimento, logo Ibaneis estará no bloco dos embolados na disputa para ver quem irá para o segundo turno.

Senado
Nas eleições para o Senado, o dado mais significativo é a queda de Cristovam Buarque, de 27% para 21%. Parece que os eleitores descobriram que há outros candidatos em condições de substituir Cristovam, que já é senador há 16 anos e, se eleito, completará 24 anos de casa. A queda de Chico Leite (Rede), de 17% para 14%, também pode indicar uma tendência, a ser conferida na próxima pesquisa.

Quem ganhou foram Leila do Vôlei (PSB), de 19% para 22%, e Izalci Lucas (PSDB), de 17% para 20%. Wasny de Roure (PT) caiu de 11% para 9%. Se essa tendência se mantiver, serão eleitos uma senadora da situação, Leila, e um da oposição – Cristovam ou Izalci, com viés positivo para Izalci. A pesquisa Datafolha está derrubando a convicção de que a segunda reeleição de Cristovam está garantida.

A vitória de um senador da situação e outra da oposição quando há duas cadeiras em disputa aconteceu em 1994 (Lauro Campos, PT, e José Roberto Arruda, PP) e 2002 (Cristovam, PT, e Paulo Octávio, PFL). Foi diferente em 2010, quando os dois eleitos, Cristovam (PDT) e Rollemberg, estavam na mesma coligação, liderada por Agnelo Queiroz (PT), derrotando Alberto Fraga (PFL) e Maria Abadia (PSDB), da chapa de Joaquim e Weslian Roriz.

Nos anos em que apenas uma cadeira estava em disputa, o senador eleito foi o apoiado pelo governador eleito: Valmir Campelo (PTR), apoiado por Joaquim Roriz, em 1990; Luiz Estevão (PMDB), também apoiado por Roriz, em 1998; Roriz (PMDB), apoiado por José Roberto Arruda, em 2006; e Reguffe (PDT), apoiado por Rollemberg, em 2014.

 

Fonte: Metrópoles

Por Hélio Doyle / Ponto de Vista

Foto: Reprodução/Google

 

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