Sobrinho de Alckmin teria sido beneficiado em concessão de aeroportos

 

Othon César Ribeiro é filho de Adhemar Ribeiro, cunhado do tucano Geraldo Alckmin, e teria sido coordenador de campanha de FHC em 1998

Othon César Ribeiro, sobrinho do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi apontado como possível beneficiado na concessão de cinco aeroportos do interior do estado em 2017. O suspeito é filho de Adhemar César Ribeiro, cunhado do pré-candidato à Presidência pelo PSDB e citado na delação da Odebrecht por supostamente ter arrecadado R$ 2 milhões irregulares para a campanha do tucano em 2010. A informação foi divulgada pelo jornal O Globo, com base na edição da revista Época desta semana.

A reportagem informa que o consórcio Voa São Paulo foi selecionado, ano passado, para cuidar da gestão de cinco aeroportos do interior, localizados em Jundiaí, Campinas, Itanhaém, Bragança e Ubatuba. Estudo da agência reguladora de transportes em 2015 apontava uma receita para a concessionária do serviço de R$ 720 milhões, por 30 anos, dos quais 40% seriam gastos com manutenção e outros 13% em investimentos negociados com o governo.

Othon afirma que sua contratação pelo consórcio aconteceu após a disputa pelos aeroportos. Contudo, a matéria afirma que o suspeito participou de todas as etapas da licitação e o sobrinho de Alckmin usou terceiros para questionar uma primeira tentativa de concessão, abortada em 2016.

No período, a comissão da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) cancelou a habilitação da Gran Petro, empresa que venceria a concorrência, por não ter cumprido os critérios de entrega da proposta conforme exigidos em edital. Posteriormente, foi iniciada uma nova licitação, vencida pelo consórcio Voa São Paulo, representado por Othon.

Arrecadação para FHC
Segundo a reportagem, antes de atuar para Alckmin, Adhemar foi arrecadador para a campanha pela reeleição do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em 1998. A afirmação teria sido feita à revista Época por Henrique Saraiva, ex-sócio e amigo do empresário. Ele contou ter presenciado entrega de R$ 50 mil (R$ 232 mil, em valores atualizados) em dinheiro a Adhemar, depois de um evento em Sumaré (SP), no ano de 1997. No entanto, o nome de quem ofereceu os recursos não foi divulgado.

A atuação de Adhemar como arrecadador para FHC foi confirmada à Época por Luiz Carlos Bresser-Pereira, coordenador financeiro das campanhas do tucano em 1994 e 1998. Segundo a reportagem, Bresser nega conhecimento de caixa 2 na campanha, embora a participação de Adhemar tenha sido registrada em uma planilha, obtida em 2000 pelo Ministério Público Federal. A investigação do caso foi arquivada pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Em nota divulgada nessa sexta-feira (16/3), o governador de São Paulo argumentou que a reportagem “lança suspeitas injustas e inconsequentes sobre uma carreira pública de 40 anos sem qualquer mácula”. Alckmin diz que seus mandatos não serviram a “enriquecimento pessoal nem ao favorecimento de quaisquer parentes”. A nota termina com o tucano garantindo ter “a consciência tranquila, a transparência e a confiança do povo” como patrimônio.

 

Fonte: Metrópoles

Foto: Reprodução/Facebook

 

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