Subsecretário que queria fazer feijoada para celebrar a desgraça da dengue pode ser demitido
Desta vez, o governador em exercício Paco Britto, não vai perdoar. O subsecretário de Atenção Integral à Saúde do Distrito Federal, Ricardo Ramos, pode ser demitido nas próximas horas por querer oferecer uma feijoada nesta sexta-feira (05/06), para celebrar o fim da campanha da dengue que atingiu 27.184 pessoas e matou outras 29
A feijoada que seria servida nesta sexta-feira, em um clube de Brasília, que contaria com a presença de inúmeros servidores da Secretaria de Saúde, terminou azedando antes da hora em razão da proibição feita pelo Palácio do Buriti.
A feijoada, conforme apurou o Radar-DF, estava sendo oferecida pelo subsecretário de Atenção Integral à Saúde, Ricardo Ramos, aos servidores que trabalharam nos últimos seis meses, no combate à dengue, cuja epidemia causou quase 30 óbitos e afetou mais de 27 mil pessoas, segundo dados fornecidos e divulgados pela própria Secretaria de Saúde.
Vários fatores contribuíram para o aumento do número da dengue no DF, como a proibição da circulação dos carros do “fumacê” – que lança inseticida pelas ruas para combater a proliferação do mosquito, uma decisão do Ministério Público do Trabalho.
Maio, mês considerado como o mais trágico do ano de 2019, obrigou o governo a peitar o MPT, botar o fumacê nas ruas, bem como montar uma força-tarefa distribuída em oito tendas de hospital de campanha montadas nas regiões mais atingidas pela doença.
Em meio a epidemia, o então diretor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, Petrônio da Silva Lopes, foi convidado a pedir para deixar o cargo.
No mês de junho, os números da dengue no DF começaram a diminuir drasticamente com a atitude do governo.
Conforme levantamento da Coordenação de Atenção Primária, em 19 dias de atuação dos profissionais de saúde nas tendas, 21.974 pessoas foram atendidas, sendo que, desse total, 15.550 tiveram notificação de suspeita de dengue.
A produção dessas unidades também resultou na hidratação e medicação de 4.369 pacientes. Em todos esses dias, 452 remoções foram feitas aos hospitais.
No entanto, o subsecretário Ricardo Ramos, apadrinhado de Renata Rainha, resolveu ser ele mesmo uma ilha.
Deu inúmeras entrevistas, convocou coletivas sem citar sequer o nome do governador Ibaneis Rocha pelo êxito do combate à dengue.
A historia da feijoada, que ocorreria hoje, seria uma comemoração pelo fim da desgraça que se abateu no DF levando muita gente para o cemitério. O Buriti não gostou. Nem o povo.
Fote: Radar-DF – Por Toni Duarte – Foto: Reprodução