Terra Prometida: operação mira quadrilha que extorquia famílias no DF
Segundo investigação da PCDF , organização criminosa cobrava cerca de R$ 500 de cada residência em assentamento irregular em Planaltina
Uma quadrilha que extorquia e obrigava famílias a pagarem por uma série de serviços tornou-se alvo de operação desencadeada pela Polícia Civil do Distrito Federal nas primeiras horas desta terça-feira (8/5). Policiais estão nas ruas para cumprir 15 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão em vários pontos de Planaltina.
Boa parte dos alvos está no acampamento Zilda Xavier, um assentamento irregular na área rural da cidade. O Metrópoles acompanha a operação.
A apuração, a cargo da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), durou 10 meses. De acordo com as investigações, a organização criminosa atua na invasão com mão de ferro, cobrando aproximadamente R$ 500 de cada família, uma espécie de “taxa de condomínio”, como se as terras públicas fossem de sua propriedade.
A polícia identificou que o bando age com lógica de um “embrião de milícia”, preparando-se para extorquir os moradores por meio de outros serviços, como gás e água, tal qual ocorre em comunidades do Rio de Janeiro.
O líder do esquema criminoso, identificado como Benedito Gonçalves de Melo Filho (foto de destaque), segundo a polícia, controla também o tráfico de drogas tanto no acampamento quanto na região da Vila Rabelo. Ele foi preso no começo da operação, batizada de Terra Prometida.
Confira as primeiras imagens da operação:
Benedito seria dono de um bar de fachada, próximo a uma casa onde passa boa parte das noites. O local é estratégico e fica à beira de um vale que oferece a possibilidade de fuga por uma área verde.
Conforme as investigações apontam, o suspeito costuma dar ordens para queimar os barracos de famílias que se opõem ao pagamento mensal. Várias bocas de fumo foram instaladas nas áreas dominadas pela quadrilha, funcionando no acampamento e na Vila Rabelo.
“Benedito e o seu grupo faturam alto com a venda de drogas. Ele também usa o bar como um dos pontos de venda”, disse uma fonte policial ouvida pela reportagem.
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Fonte: Metrópoles
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles