Voluntários ajustam últimos detalhes para a Via-Sacra de Planaltina

 

A um dia da tradicional Via-Sacra de Planaltina, voluntários dobram esforços para concluir últimos ajustes antes da encenação no Morro da Capelinha

Uma das celebrações cristãs mais importantes de Brasília chega à sua 45ª edição amanhã. A Via- Sacra do Morro da Capelinha, em Planaltina, completa mais um ano de existência. Para manter a tradição do evento, que espera cerca de 150 mil pessoas, os voluntários trabalham de forma contínua para concluir os detalhes finais antes da celebração da Paixão de Cristo.

“Faltam algumas coisas a serem acertadas. Estamos no processo final da pintura e impermeabilização dos palácios, alguns pontos do morro ainda precisam de roçagem, e estamos acabando o cercamento das encostas para que as pessoas não caiam ou se desequilibrem enquanto estiverem subindo o morro. Foi praticamente um mês de preparação e nos atentamos a todos os detalhes. Tudo para que o público chegue aqui e se sinta à vontade”, explica o coordenador do evento no Morro da Capelinha, Pedro Paulo de Oliveira, 50 anos.

Mais conhecido como “Pêpa”, o coordenador está na função há 30 anos. Para ele, não existe uma edição da Via-Sacra que não seja especial. “O nosso trabalho é intenso, mas sempre nos dedicamos com afinco. Isso virou parte de mim. Trinta anos é uma vida. Tudo o que fazemos é pensando no objetivo principal da Via-Sacra: a evangelização. Queremos transformar vidas”, destacou.

De acordo com ele, até as 16h de hoje, as decorações do Morro da Capelinha devem estar prontas. Animado para a encenação de amanhã, o coordenador prometeu novidades. “A ressurreição, o momento mais importante da apresentação, vai ser diferente. Não posso contar o que vamos fazer, porque é a surpresa. Mas estou certo de que vamos conseguir tocar o coração de todos os fiéis”, garantiu.

Pedro Paulo de Oliveira, coordenador: Pedro Paulo de Oliveira, coordenador: “Queremos transformar vidas” (foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)

 

Devoção

Cerca de 1,4 mil voluntários estão envolvidos na organização do evento. Apesar da quantidade de trabalho, o consenso é de que todo esforço vale a pena. “Tivemos uma responsabilidade muito grande, em especial durante os últimos dias. Eu costumo chamar de ‘Semana D’. Porque nos dedicamos o tempo todo. Mesmo tendo que ficar até de madrugada, nunca perdi a força e o pique para continuar. Participo há 33 anos dessa Via-Sacra e sempre encaro como se fosse a primeira vez”, contou o coordenador de ressurreição e procissão da Via-Sacra, Joel Lacerda, 49.

“Para nós, que somos católicos, a evangelização é o aspecto mais importante que existe. Saber que uma multidão vai passar por aqui nos toca bastante. Isso mostra que ainda existem pessoas com fé e que acreditam no amor. Para quem não tem essa crença, estou certo de que ela pode sair daqui com uma mentalidade totalmente diferente”, ressaltou Lacerda.

Desde o fim de fevereiro, Aguinaldo Barbosa, 38, integrante da equipe de estrutura do Morro da Capelinha, começou a reformar e pintar os palácios de Anás e Caifás, de Pôncio Pilatos e de Herodes. “É algo recompensador. O lado dos bastidores é tão bom quanto a encenação. A satisfação é a mesma. Cada um doa um pouco de si para deixar esse local pronto para receber mais de 100 mil pessoas. É isso que faz com que o trabalho seja gratificante. Fazemos com amor”, comemorou.

Coordenador de cenografia da Via-Sacra, Ricardo Gomes, 42, vai participar pela 30ª vez do evento. Segundo ele, a celebração virou parte do seu cotidiano. “Se chegar um ano que eu não puder contribuir com a Via-Sacra, eu vou sentir muita falta. Quando acaba uma edição, nós começamos a contar os meses, as semanas e os dias para a próxima. A expectativa é tanta que vai ser difícil dormir de hoje para amanhã. É recompensador”, afirmou.

Joel Lacerda, voluntário: Joel Lacerda, voluntário: “Como se fosse a primeira vez”(foto: Minervino Junior/CB/D.A Press)

 

Dicas para a Via-Sacra

» Não use roupas pesadas e leve um guarda-chuva ou guarda-sol

» Leve uma garrafa d’água e utilize protetor solar

» Chegue cedo e garanta um bom lugar para assistir à encenação

» Não ande pelas encostas do morro, para evitar acidentes

Programe-se

Santa Ceia: hoje, a partir das 20h, no estacionamento do Ginásio de Funções Múltiplas de Planaltina

Via-Sacra: amanhã, a partir das 15h, no Morro da Capelinha

Páscoa: domingo, a partir das 18h, com shows de bandas católicas no estacionamento do Ginásio de Funções Múltiplas de Planaltina

Serviços durante a Via-Sacra

»Trânsito: A DF-230 terá sentido único, a partir das 13h, no trecho entre o Colégio Agrícola e a rotatória com a DF-130. Uma das quatro vias de acesso ao Morro da Capelinha será fechada para passagem dos pedestres. As demais pistas serão destinadas ao trânsito de veículos, situações de emergência e para a produção do evento. O acesso à área do evento se encerrará às 21 horas.

» Água: A Caesb vai destinar cerca de 13 mil litros de água tratada para o Morro da Capelinha. Os pontos de distribuição estarão espalhados da entrada do evento ao topo do morro, onde ocorre a encenação da ressurreição de Cristo.

» Atendimento médico: Para ocorrências médicas, cinco pontos fixos com médicos e enfermeiros estarão disponíveis. Os profissionais são bombeiros militares socorristas do Samu, da Secretaria de Saúde e da Cruz Vermelha.

» Segurança: Serão cinco companhias operacionais, trios de policiamento montado e viaturas, além de uma linha de revista na entrada do Morro da Capelinha. Será proibido o consumo de bebidas alcoólicas e a entrada de garrafas de vidro.

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press

 

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