Roberto Jefferson aguarda STF para transferência de hospital
A Seap informou que não tem condições de cuidar de Roberto Jefferson
A defesa do presidente Nacional do PTB, Roberto Jefferson, está aguardando uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para transferência do ex-deputado para o Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha informou à Agência Brasil que entrou ontem com uma petição no STF pedindo a transferência.
Segundo o advogado, o ministro oficiou a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio (Seap) para saber as condições de saúde de Jefferson. A Seap, de acordo com o advogado, já respondeu que não tem condição de prestar o tratamento adequado ao presidente do PTB, nas suas unidades. “O ministro já está com os documentos para decidir. Está faltando uma decisão do ministro Alexandre de Moraes”, disse.
O tempo de internação vai depender do tratamento a que Jefferson for submetido. “O estado de saúde de Roberto Jefferson é delicado, grave, ele de fato corre risco real de morte e está com uma pielonefrite recidiva. Ele já entrou no sistema carcerário com essa doença, que é uma infecção bacteriana bilateral dos rins. Lá, se agravou, ficou mais de um mês internado. Ele teve alta hospitalar, mas não alta médica”, completou o advogado.
Conforme o advogado, na sexta-feira (22) à noite, o ex-parlamentar foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que funciona dentro do Complexo Penal de Gericinó, na zona oeste do Rio, onde está preso, após sentir calafrios, ter febre e pressão baixa. Após atendimento, ele voltou para a cela, mas no sábado à tarde foi levado para o hospital, que também funciona no complexo penitenciário, onde permanece internado para acompanhamento de um “mal súbito”, com quadro de febre alta, pressão baixa, taquicardia, dor na região do fígado e acúmulo de líquido nas perdas. O advogado disse que o quadro clínico do seu cliente se agravou.
Licença
Por causa da sua situação de saúde, Jefferson pediu licença, por prazo indeterminado, do cargo que ocupa à frente do partido. A nota divulgada no site do PTB informa o pedido de afastamento e que Roberto Jefferson “seguirá internado até terça-feira, quando fará um novo exame de ultrassonografia”. O comunicado foi feito pelo presidente do PTB ao seu advogado, antes de ser internado novamente, no qual anunciou o pedido de licença.
Na carta divulgada pela defesa, Jefferson explicou que por conta da prisão preventiva não tem podido exercer a gestão partidária, inclusive em consequência das limitações impostas pelas normas da Secretaria Penitenciária do Rio.
“O presidente do PTB, ao explicar seu pedido de licença, afirma que o partido precisa agir com desvelo e agilidade neste momento, e que sua atual condição não permite a ele que imprima esta rapidez e cuidado nas decisões partidárias. Roberto Jefferson afirma ainda que a vice-presidente, Graciela Nienov, está pronta para o pleno exercício da função de presidente do PTB, além de contar com o apoio da quase totalidade do Diretório Nacional do partido, assim como da ampla maioria dos presidentes dos diretórios regionais”, revelou a nota.
Prisão
Roberto Jefferson foi preso no dia 13 de agosto em sua residência, no município Comendador Levy Gasparian, na região centro-sul do Rio de Janeiro, para cumprir decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que atendeu a um pedido da Polícia Federal (PF). Depois de passar por todos os trâmites para entrada no sistema carcerário do Rio, Jefferson foi levado para o presídio Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó. No dia 4 de setembro, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a transferência do ex-deputado do presídio para o Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca. O ministro manteve a prisão preventiva e determinou que Jefferson permanecesse apenas no hospital e fosse monitorado por tornozeleira eletrônica. No dia 14 de outubro, recebeu alta e deixou a unidade hospitalar, escoltado pela PF e levado de volta para Gericinó, onde permanece preso.